Falando sobre o transtorno da esquizofrenia
O que é?
A esquizofrenia é um transtorno que também pode ser considerado doença, por ter um viés genético. Permeia o DNA da pessoa, e por isso pode haver mais de uma pessoa com o mesmo transtorno na mesma família, geralmente parentes de primeiro grau. Pode vir, não necessariamente de pais para filhos, mas sempre vai haver alguém com o mesmo transtorno na mesma família como tios e primos.

A esquizofrenia pode surgir em diferentes graus de comprometimento e é uma das condições de emergência em pacientes psiquiátricos.
Geralmente, esse transtorno psicológico costuma dar os primeiros sinais durante a adolescência e juventude.
No entanto, existem fatores que podem desencadear uma crise da esquizofrenia principalmente em pacientes com tendência a desenvolver esse transtorno.
Fatores genéticos: O aumento do risco em parentes de primeiro grau foi descrito em vários estudos.
Fatores Socioculturais: Também parecem ter relação com o surgimento de psicose, como: adversidades e traumas na infância, dificuldades e estressores na vida adulta e desvantagem social.
Fatores Familiares: Situações adversas na infância principalmente (situações de vulnerabilidade).
Uso de substâncias ilícitas: O uso de drogas alucinógenas tem sido cada vez mais comum entre jovens. O uso de substâncias psicoativas associadas ao uso de bebidas alcoólicas, também é um fator importante para o desencadeamento do transtorno.
No cérebro de uma pessoa com esquizofrenia, artigos científicos, mostram que há um aumento de dopamina na fenda sináptica enquanto em outras regiões do cérebro como o sistema límbico, há uma baixa quantidade de produção desse neurotransmissor, provocando perda cognitiva.
Há dois aspectos de sintomas do transtorno:
Sintomas positivos:
• Delírios: A pessoa pode estar persecutória, acham que alguém as persegue, e que há câmeras escondidas ou chips implantados.
• Alucinações: Podem ser auditivas, visuais, sensoriais ou olfativas. A pessoa pode escutar vozes, ver vultos, monstros ou a própria imagem distorcida no espelho, pode sentir cheiros ou que alguém a tocou.
• Discurso desorganizado: Pouca coerência no diálogo.
• Comportamento: Grosseiramente desorganizado ou catatônico.
Sintomas negativos:
• Afeto embotado: A face do paciente parece imóvel, com contato visual precário e falta de expressividade;
• Pobreza da fala: o paciente fala pouco e dá respostas concisas a perguntas, criando a impressão de vazio interno;
• Anedonia: há falta de interesse nas atividades e aumento de atividades sem propósito;
• Associabilidade: há falta de interesse em relacionamentos. Os sintomas negativos frequentemente levam a perda de motivação e diminuição no sentido de propósito e de objetivos.
Tratamento
Farmacológico
Tratamento com antipsicóticos é imprescindível para o controle do transtorno com monitorização dos efeitos adversos; a escolha do medicamento é pautada na resposta do paciente, perfil de efeitos adversos, presença de comorbidades, fórmulas, interações e metabolismo e propriedades farmacológicas.
Mesmo pacientes com melhora dos sintomas devem manter o uso de antipsicóticos. São muito eficazes para os sintomas positivos. É muito comum em pacientes com sintomas positivos, após a melhora dos sintomas querer interromper o tratamento medicamentoso, porém o risco de desencadear novo surto é muito grande.
Intervenção psicológica
É recomendado o tratamento com psicoterapia cognitivo-comportamental. Devem receber psicoeducação, intervenção psicológica familiar, intervenções voltadas para o desenvolvimento psicossocial, treinamento em habilidades sociais e psicoterapia de suporte.
É importante dizer, que a esquizofrenia é uma doença tratável, mas há que se cuidar quanto as crises. Quando tratadas de maneira eficaz na primeira crise, o índice de volta é de 80% sem sequelas, na segunda crise, 60% e na terceira apenas 35%. As sequelas são principalmente os sintomas negativos da doença descritos acima. Por isso a observação de sintomas é importante.
(adaptado em 29/04/2024)